quarta-feira, novembro 15, 2006

Casa do lago


Caminho lentamente por um caminho de terra, coberto por folhas de cor vermelha, castanha e dourada... Ouço o estalido que elas fazem, ao desfazerem-se em mil pedaços, ouço o vento a passar por entre ramos das àrvores, folhas que caem com a força da brisa, uma acaba por me acariciar a face no seu caminho para o chão.

Este caminho está rodeado de arbustos verdes e castanhos, pinheiros e castanheiros protegem-me do sol, fazendo um jogo de luz no chão de folhas mortas. Acabo por chegar a uma casa de madeira junto ao lago... subo as escadas e viro para a esquerda, onde há um solário envidraçado. Entro, e sento-me num sofá branco, confortável, tiro os meus sapatos, e enrosco-me no sofá, cobrindo-me parcialmente com um cobertor felpudo azul... Adoro estar neste sofá. Ele está virado de maneira a podermos ver o lago. Vemos o cais de madeira frente à casa, onde ancorado está um barco a remos. Consigo ver tudo em redor da baía... a àgua azul do lago, o colorido das folhas das àrvores, o sol que se começa a pôr, o céu a ficar vermelho-alaranjado...

Adoro estar aqui... neste meu mundo, protegida por mim, sem mal nenhum, nenhuma malícia, nenhuma desconfiança, nenhuma mentira, nenhuma inveja. Um mundo onde sou feliz e não sou magoada. Mas um mundo onde falta calor humano, onde falta um toque, uma voz, um riso, uma mente, um coração... alguém que se me reunirá e partilhará o meu mundo, o meu mundo de sonhos, o meu mundo de refúgio, o meu mundo real...

2 comentários:

Cico disse...

I understand a little spanish, i read all you wrote and i feel strage. there is a brave sadness inside yuor words.
You take the centre, that's what i mean.

Life is strange, everything can happen.

kiss, Dom

Bruno Armindo Macedo disse...

Do mundo real ao teu autismo belo são dois passinhos belos e simples que tomas sempre que te apetece sonhar. Vês o mundo da bela maneira que deveria ser visto, os outros "os cegos" não nos entendem, mas continuas a amar o mundo e os outros porque o odio não tem espaço em ti, a dor talvez, mas a alegria de saber apreciar os detalhes de uma folha é a mesma com que te maquilhas de manhã até ao mais infimo pormenor, a mesma com que te sentes bela no verão em bikini e bem contigo mesma. Gota de agua pura, da mais bela serra portuguesa, continua assim. Dorutu!