quarta-feira, novembro 29, 2006

Um livro, uma estória, uma vida


Adoro ler... o prazer de ler um livro é grande, quando ele é bom, bem entendido. Entrar nas personagens, envolvermo-nos na trama da estória, sentir a alegria, a tristeza, a dor, as gargalhadas que vão transparecendo a cada página de um livro...

Ler um livro é entrar na magia de um mundo imaginário, por vezes fantástico, outras vezes romântico, outras ainda cómico... é entrar no imaginário do autor, é entrar em mundos fora do nosso alcance físico, é visitar tempos antigos e tempos futuros, é saborear o passado, o presente e o futuro... perceber o quanto é rica a humanidade, o quanto somos capazes de fazermos coisas boas e belas, o quanto somos capazes de sentir e pensar.

Aprendemos factos da vida, aprendemos o que é amar mesmo sem termos ainda conhecido o Amor, aprendemos como as pessoas agem e o porquê de agirem assim, aprendemos novas culturas e hábitos, somos estudantes da estória do livro e da nossa história.

O livro não é só um conjunto de folhas escritas encadernadas... um livro é um mundo de conhecimento, de sabedoria, de algo que te estão a passar e que deves aproveitar. Um bom livro lês uma vez, e ficas com vontade de o reler, e mais uma vez, e mais uma vez... um bom livro acompanha-nos vida inteira.

Se formos a pensar, todos nós somos um grande livro. Mais, somos uma enciclopédia... simplesmente não temos índice, tornando-nos assim mais dificil a outrém nos conhecer verdadeiramente. A nossa vida é um livro em branco que a dia que passa vamos escrevendo uma nova página, duas se ele for muito atribulado...

Homens e mulheres dizem que o outro devia de vir com um livro de instruções... mas porquê? Se fossemos assim tão simples, se fossemos assim tão previsíveis, acham mesmo que a vida seria assim tão interessante? Que iriam aprender o mesmo que aprendem agora? E depois, assim também não aprenderiam o mesmo que aprendem sobre vocês próprios, porque afinal às vezes até para nós mesmos somos uma incógnita.

Por aqui, eu vou escrevendo um pouco da minha história, da minha ficção, dos meus sonhos, da minha confusão e descoberta do eu... uma grande mistura, mas afinal todos nós temos estes bocadinhos de mundos nossos unidos num só.


segunda-feira, novembro 27, 2006

Penso em ti


Começou a pouco e pouco... um sorriso teu, um olhar, uma palavra meiga... depressa passou para conversas longas e profundas, tentando nos conhecermos um ao outro. Uma faísca surgiu entre nós, alimentada a pouco e pouco por ambos.

Penso em ti... sim, penso quando oiço a tua música, quando o télémovel toca, quando acordo, quando me deito, e ao longo do dia. Aos poucos e poucos, começaste a entrar em mim, no meu pensamento, no meu coração... ele começa a bater mais forte sempre que te vejo, eu coro sempre que me falam de ti, o meu sorriso e o meu olhar iluminam-se... Começo a ficar ansiosa quando sei que vou estar contigo.

Tens medo? Eu também... já ambos batemos com a cabeça na parede, mas avançamos aos poucos. Não vale a pena pensar no passado, mais vale viver o presente e aproveitar o futuro. Vem viver o meu presente, vem viver o meu futuro... pensar menos e sentir mais, a vida devia ser mais assim.

Caminhar sozinha na vida não tem alegria... e apesar de ainda estar sozinha, começas a dar-me uma nova alegria.

quarta-feira, novembro 15, 2006

Casa do lago


Caminho lentamente por um caminho de terra, coberto por folhas de cor vermelha, castanha e dourada... Ouço o estalido que elas fazem, ao desfazerem-se em mil pedaços, ouço o vento a passar por entre ramos das àrvores, folhas que caem com a força da brisa, uma acaba por me acariciar a face no seu caminho para o chão.

Este caminho está rodeado de arbustos verdes e castanhos, pinheiros e castanheiros protegem-me do sol, fazendo um jogo de luz no chão de folhas mortas. Acabo por chegar a uma casa de madeira junto ao lago... subo as escadas e viro para a esquerda, onde há um solário envidraçado. Entro, e sento-me num sofá branco, confortável, tiro os meus sapatos, e enrosco-me no sofá, cobrindo-me parcialmente com um cobertor felpudo azul... Adoro estar neste sofá. Ele está virado de maneira a podermos ver o lago. Vemos o cais de madeira frente à casa, onde ancorado está um barco a remos. Consigo ver tudo em redor da baía... a àgua azul do lago, o colorido das folhas das àrvores, o sol que se começa a pôr, o céu a ficar vermelho-alaranjado...

Adoro estar aqui... neste meu mundo, protegida por mim, sem mal nenhum, nenhuma malícia, nenhuma desconfiança, nenhuma mentira, nenhuma inveja. Um mundo onde sou feliz e não sou magoada. Mas um mundo onde falta calor humano, onde falta um toque, uma voz, um riso, uma mente, um coração... alguém que se me reunirá e partilhará o meu mundo, o meu mundo de sonhos, o meu mundo de refúgio, o meu mundo real...

terça-feira, novembro 07, 2006

Lágrimas


Sinto um calafrio e acordo... não estás ao meu lado. Levanto-me da cama ainda quente dos nossos corpos, e sinto o frio da manhã de inverno... Caminho pela casa, pelo chão de madeira escura com as minhas meias brancas calçadas. Tento encontrar-te, eu sei que precisas de mim... Acabo por encontrar-te na sala, em pé, frente à janela... estás a chorar...
Vou ter contigo e abraço-te por trás. Quero que sintas o meu calor, o meu Amor por ti. Tu não estás sozinho, eu estarei sempre contigo. Eu sei que posso não te compensar pelas tuas perdas, mas quero que partilhes a tua tristeza comigo, aliviar-te dela... porque se tu estás a sofrer, eu sofro contigo porque fazes parte de mim. As lágrimas começam a cair-me pela cara, não consigo parar... não consigo ver-te chorar sem chorar também...
Acabas por virar-te e respondes ao meu abraço. Tu sabes o que eu te quis transmitir, por isso retribuis o abraço com força como se dissesses "obrigado por estares aqui comigo, por fazeres parte de mim". Acabamos por nos sentarmos, aninhados um no outro, no sofá da sala, acariciados pelo sol da manhã... as lágrimas acabam por parar, mas continuamos em silêncio... Nestes momentos, palavras não chegam, são demasiados vazias...
Assim, mantemo-nos calados e abraçados, enquanto olhamos pela janela, a vida que há no nosso jardim... porque afinal a vida continua...
Um beijo....

quarta-feira, novembro 01, 2006

A Latada



A Latada, uma das tradições da antiga Universidade de Coimbra... a universidade onde eu sempre quis estudar e onde orgulhosamente estudo (bom, uma delas, já que também estudo no IEP de Bordeaux).

Eu sei que todos os estudantes tem orgulho de pertecer às suas universidades, mas... estudar em Coimbra é realmente uma das melhores coisas que pode haver na vida! Lá vivemos plenamente a vida universitária, sem deixar de estudar (quando necessário). @s nov@s amig@s, novos conhecimentos, ir para a borga, nas tascas onde bebemos o famoso traçadinho, ir aos bares, discotecas, ir dançar... :) Em Coimbra, quando sais à noite consegues encontrar toda a gente...
Viver, ir para a borga, não fazer nenhum, ir às aulas (sim, eu sei... nem todos vão), aprender e estudar (quando necessário... lol, de certeza k vocês me compreendem!)

Ontem cheguei de Bordéus. Saí de lá às 21h45 no dia anterior e cheguei ontem às 10h10... saí em Coimbra para poder ir ao Cortejo da Latada e poder rever todos os meus amigos. Foi um dia cheio de recordações e de saudades. Só tive pena de não ter o traje e de só poder estar ali aquela tarde... tinha que regressar a Rio Maior, a minha casa. Mas de resto... que alegria poder participar numa tão grande festa, ver os novos caloiros, as novas canções, as canções de disputa entre cursos, a cidade cheia de morcegos (os estudantes trajados), novas fotos para recordações... e sim... as bebedeiras ao longo do cortejo, até chegar à margem do rio Mondego onde se baptizam os caloiros, onde os do 3º ano mandam o grelo ao rio...

Todos os antigos e actuais estudantes universitários de Coimbra sabem do que falo... não há nada como Coimbra! :D Lembrando o famoso fado... "Coimbra tem mais encanto na hora da despedida...", mas para mim tem encanto a todas as horas!