domingo, outubro 29, 2006

Cartas...


Cartas...

será que alguém ainda sabe o valor das cartas escritas à mão?
Não estou a dizer que seja contra à utilização da internet como um meio mais fácil e mais rápido de correspondermo-nos com alguém. Mas agora de certeza que há muita gente que ainda não sabe o que é receber uma carta, de folhas de papel autênticas!!! Abrir a portinha a caixa de correio e dentro estar uma carta, escrita à mão e selo... de quem será? A expectativa que se cria... o abrir com cuidado o envelope para não rasgar nada, o que correr até um sitio para nos podermos sentar a ler, em silêncio, a carta recebida... as primeiras linhas... ahhhh os olhos tornam-se maiores pela boa surpresa que podem ler, a alegria jorra deles, um sorriso aparece nos lábios, o coração começa a saltitar... é dele!

Por muito que tenha falado contigo pelo telemóvel ou pelo msn, sabe tão bem ler algo que escreveste com tanto cuidado... as folhas de papel são de qualidade, a caneta permanente, as palavras carinhosas, uma vez que te preocupaste em escrever sobre o que sentias... e a fazer-me sentir o que estavas a sentir na altura em que a escreveste... o cheiro do teu perfume que sinto nas folhas, os desenhos que puseste nos cantos da carta... tudo um enorme presente para mim, um enorme presente que é constituído por folhas de papel, mas de mais valor do que se fosse um diamante...

Mas agora... guardo-as numa caixa... acabou-se mais uma vez o sonho de um futuro a dois... choro, sofro...


.....mas um dia volta-se a ver a luz...

terça-feira, outubro 24, 2006

Eu quero voar


Eu quero voar... voar para um sítio onde tudo ao meu redor parece que foi ali posto de propósito para me deixar extasiada. Caminhar por praias de areia fina, sentir o seu ranger debaixo dos meus pés, as ondas do mar calmo molhando-os parecendo que querem brincar ao "toca e foge", a brisa suave passando por mim enquanto alivia o calor temperano do dia... as cores, como descrever as cores?... O azul do mar quente, a cor dourada da areia, as palmeiras e arbustos verdes, o azul claro do céu, a luz quente do sol, as cores variadas das flores selvagens... que beleza indescritível! Enquanto caminho por aqui nesta praia imaginária, acalmo-me, relaxo, penso... quero viver tanta coisa e fazer outras tantas... conhecer pessoas e cidades... aprender línguas e culturas... apreciar bebida e comida diferentes... há tanto para ver e conhecer! Mas aos poucos e poucos vou conhecendo, vou descobrindo, vou saboreando... enfim, vou vivendo!!! E viver cada dia dá-me uma alegria imensa, mesmo naqueles em que posso estar tristinha, porque afinal por mais mal que as coisas estejam, há sempre algo de bom.

sábado, outubro 21, 2006

Desabafo da alma


Tanta coisa guardada na memória... dias em que fui feliz, outros em que fui infeliz, outros em que me senti desamparada e solitária, outros onde tinha uma alegria imensa... Passamos por tanto na nossa adolescência... é de certeza dos períodos mais violentos da nossa vida. Sim, violentos, a nível psicológico. Talvez não concordem comigo talvez sim... Mas para mim, sim foi violento.
Podemos parecer que sabemos tudo, que somos seguros, mas no meio de tudo, estamos tão desamparados no meio da incompreensão geral da multidão que nos cerca.

Eu queria tanto ter mais liberdade, poder viajar pelo mundo, conhecer novas pessoas, novos lugares, novos conhecimentos... Sair da minha pequena cidade, ver mais pessoas do que as que era obrigada a enfrentar todos os dias. Porquê? Muito simples... Quando viajava sentia-me livre, sentia que era verdadeiramente eu. Poder decidir por mim o que fazer e quando fazer. Eu tinha e sempre tive consciência do que é está bem e do está errado. Sempre tive os meus princípios e nunca abdiquei deles e sempre fiz o que estava certo? Então porquê tantas amarras? Porquê tantos julgamentos?

Bullying... alguma vez ouviram falar? É um fenómeno que acontece geralmente na adolescência nas escolas, quando somos perturbados por uma pessoa ou um grupo de pessoas que nos tratam como se fossemos inferiores. Antes, não sabia que se dava esse nome... agora sei... eu também fui vitima de bullying, como tantos outros. As pessoas não imaginam como quando somos novos podemos ser vulneráveis a fenómenos como este... no meu caso, foi mais no meu 11º ano... era o segundo ano que estava com aquela turma do secundário e davamo-nos relativamente bem. Mas... naquele ano, fui o "alvo" preferido para os gozos das meninas da turma... perceber que era gozada, ver os olhares enquanto "cortavam" e os risos logo a seguir, conseguir ouvir mesmo de longe que falavam de mim... é incrível como a auto-estima se destrói com tanta facilidade... e como demora tanto, tanto a ser reconstruída!

A minha auto-estima foi-se muito abaixo, tornei-me muito insegura sobre as minhas capacidades e de como era a nível físico... Um dia acordei e comecei a chorar... não queria ir para a aulas, não queria ser durante mais um novo dia o alvo de gozo... Os meus pais não perceberam o porquê de eu chorar e eu também não expliquei... Ainda hoje, depois de tanto tempo, ainda sinto vontade de chorar quando penso nisto...
Mas, nesse dia, depois de limpar as lágrimas jurei para mim mesma que nunca mais me iria deixar ir abaixo, que nunca mais iria deixar que destruíssem a minha auto-estima, e que ia tornar-me mais extrovertida e confiante comigo mesma. Na verdade, foi um árduo trabalho, mas aos poucos e poucos fui juntando de novo as peças do puzzle da minha confiança.

Hoje, só me arrependo de me ter deixado ir tão abaixo nessa época... e de resto, faria tudo como fiz, porque fiz simplesmente o que achava certo para mim.
Actualmente, tenho confiança em mim, sei que sou capaz de muitas coisas, que tenho bons amigos, que conheço e vivi coisas que mereci viver, porque lutei por elas, segui o meu instinto.

No essencial, é isso mesmo... não ouçam quando vos deitam abaixo, porque se fazem isso é porque têm menos valor que vocês mesmos...e como têm insegurança deles mesmos, só se sentem bem a deitar abaixo os outros.

Mais um desabafo da minha alma... mais um aprofundar de quem eu sou...

Autor da foto: João Garcia (www.olhares.com/foto10955.html)

Acordar para a saudade...


Acordo no meio dos lençóis macios da minha cama... eles envolvem-me tal como tu me envolvias no meu sonho... quero voltar ao teu peito, sentir o teu calor, a tua pele, a tua boca... que saudades de um beijo! O toque cálido entre os nossos lábios, a suavidade dos teus, a tua lingua a envolver a minha e eu a brincar com a tua... dar-te pequenas mordidelas que tu adoras, fazendo com que me beijes ainda mais apaixonadamente... adoro quando me beijas assim, todo o meu corpo então deseja também beijar e ser beijado...

Ver-te a olhar para mim como se fosse a mulher perfeita, a perfeita para ti... com os meus defeitos e qualidades... olhas nos meus olhos e podemos estar horas a "conversar"... consegues ver-me tão bem! De tempos a tempos sorris, como se tivesses compreendido algo mais que eu ainda não te tinha mostrado, e depois suspiras... o poder de um suspiro... e depois fechas os olhos... será por não acreditares que estou ali mesmo contigo? Que isto é um sonho? Talvez seja... mas também foi e pode ser uma realidade. Quando abres os olhos, sorris de novo e abraças-me ainda mais forte, porque sabes que o nosso momento está a acabar-se... o tempo foge e sentimo-lo a ir-se... aproveitamos e olhamo-nos mais uma vez, damos um último beijo, um último abraço, um último suspiro juntos...

Depois... vem a saudade... até uma próxima vez...

Autor da foto: Paulo César (http://www.olhares.com/close_together/foto586260.html)

Bate...bate...bate...


Bate....bate...bate... o meu coração bate por ti... bate, clama, grita...

em dias e noites em que estou mais introspectiva sinto-o bem no meu peito a clamar pelo doce e apaixonado Amor. Ele quer bater mais forte por alguém, ele quer bombear nas minhas veias a vida que há em mim.... Eu sinto no meu corpo uma sensação estranha... na pele, nos músculos, aquela sensação como se estivesse a minutos de te ver... ansiedade talvez... incerteza quanto ao que virá, ou melhor quem virá..

Bate...bate...bate... bate meu coração, um dia o teu chamamento será respondido. Por quem ninguém to pode dizer neste momento, mas a esperança assim o diz. Entretanto... são horas de ir dormir, relaxar e sonhar... nestes tempos em que estamos sós um com o outro, os sonhos são um bom refúgio...


Autor da foto: Ricardo Tavares (http://www.olhares.com/pensamentos_perdidos/foto13174.html)

quarta-feira, outubro 18, 2006

Ouve


Shhhh... pára e escuta! Escuta o que te rodeia,cheira os aromas da terra quente e humida da chuva, sente os teus pés a esmagarem as folhas secas e ramos partidos... sente a vida envolver-te a cada inspiração, a cada passo que dás... ilumina os teus olhos com os verdes múltiplos da natureza presente no teu campus universitário, na tua casa, na tua rua, na tua cidade... vê a alegria da vida num pequeno rebento de flores no meio da calçada, vê o esplendor dos raios de luz no meio da natureza, ouve o chilrear dos pássaros...cruza o olhar com alguém desconhecido e vê surgir um sorriso... observa a vida em redor, a quantidade de pessoas que passa por ti e que por segundos fazem parte da tua vida, tal como tu da deles... ri da estapafurdice que inunda as nossas vidas e que insistimos em conservar....faz algo a outrém, verás como serás recompensado...

Vive a Vida, vive a alegria de viver, vive a maravilha que é ser parte de um planeta chamado Terra, aproveita, usufrui, perserva, contribui... um segundo, um minuto, uma hora, um dia, um mês, um ano, um século... os anos passam, a tua vida modifica-se, as tuas experiências aumentam, vives coisas boas e coisas más, mas vives...

Vida... um presente a ser desembrulhado a cada segundo da nossa existência, e por cada prega de papel de embrulho que tiras, novas surpresas vão surgindo...

Autor da foto: António Lança (http://www.olhares.com/caminho_sintra/foto869500.html

domingo, outubro 15, 2006

Revejo-te...

Revejo-te em todo o lado... no olhar de um homem, no andar de outro, na maneira de falar doutro... escreves-me por cartas nunca escritas, falas comigo por telefonemas nunca feitos, sinto o teu perfume apesar de nunca o ter cheirado, sinto o teu toque durante os meus sonhos como se me tivesses de verdade a tocar.

Vivo entre homens e mulheres, uns que já conhecem o Amor, outros que pensam que o conhecem e outros que são hipócritas em relação a ele... "Como podes dizer que conheces o Amor? O Amor não existe!". Tudo bem, eu reconheço que é uma boa pergunta, porque afinal se às vezes pensamos que o encontramos, como pode ser que a relação acabe? Mas ninguém pode dizer que nunca o sentiu, quando era beijado e só desejava que esse beijo continuasse, quando era tocado e só pensava em aproveitar e quando estava longe só desejava de novo só esse mesmo toque... sentir as agruras da saudades quando se está longe da pessoa que se ama, ficar alegre só porque recebeu um pequeno sms, que mesmo se não disser explicitamente "amo-te", esse sentimento transparece em cada letra...

O Amor e os seus sonhos e fantasias...tão simples e complexo, tão certo e tão incerto, tão...tão... um infinito de palavras e sentimentos que nos tocam e de que precisamos como se fosse ar para podermos respirar, como se fosse comida para estarmos saciados, como se fosse àgua para podermos estar hidratados...

domingo, outubro 08, 2006

Underwater love



Underwater love....

Ama-me como se fosses àgua, tocando-me, seguindo o curso do meu corpo... toca em todas as minhas curvas, cada pedacinho da minha pele... Toca-me como se fosses uma cascata, tocando-me num ponto e em todo o lado... toca-me, vê e sente o meu corpo a reagir ao teu, os meus seios a ficarem erectos, a minha pele a aquecer ao toque da tua, a minha boca a ficar cada vez mais vermelha pelos teus beijos... o meu corpo a clamar por mais...mais...mais...


Autor da foto: François Benveniste

terça-feira, outubro 03, 2006

Viagem a Saint-Émilion


Este domingo fui a Saint-Émilion, uma vila pequena, rústica, perservada... é muito conhecida aqui na região de Aquitaine em França pelos seus famosos vinhos. Em redor dela, existem vinhas e vinhas e vinhas...

Ao caminhar pelo campo em redor e pela vila tem-se a impressão de estar numa vila preservada no tempo... É simplesmente deslumbrante passear por entre ruas de pedra e edifícios antigos, limpos e preservados. E quando subimos no alto do Château du Roi, construído em 1224 e olhar em redor... simplesmente espectacular!

Poder ver os Châteaux em redor responsáveis pela produção dos famosos vinhos, poder ver uma Catedral linda, um museu de artesanato ancestral e contemporâneo, uma Igreja do séc. XIV, ver as caves, ver tantas garrafas de vinho (do simples vinho para beber ao de colecção) medalhadas em concursos de degustação de vinhos...

Eu comprei uma garrafa de vinho de Château Saint-Valéry de 2001, que é um Saint-Émilion Grand Cru, e que ganhou num concurso em Paris a medalha de Prata. É um vinho tinto, que tanto é bom para beber como para guardar para colecção. Um bom vinho para levar para Portugal e dar aos meus pais. Mas descansem, eu não fiquei falida, foi relativamente barato. Eu não sou doida.

Foi um dia muito bem passado... só tenho pena de uma coisa. Que em Portugal nem sempre se esforcem por preservar o património histórico e saberem aproveitar todas as vantagens do turismo que iriam ajudar não só a economia como a preservar esses mesmos monumentos históricos!

Por isso, se alguma vez puderem visitem estes lugares históricos e usufrutem do que vos é dado. E tentem sempre preservar, tanto como visitantes ou como instigadores de restauração de um edifício histórico.

Fiquem bem ;)